A ampliação da área irrigada, a má distribuição temporal e espacial, bem como o mau uso da água e da terra são causas de graves problemas hídricos em bacias hidrográficas. Diante da relevância do conhecimento do comportamento hidrológico e da cobertura do uso da terra e da ausência do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, este estudo teve como objetivo avaliar o comportamento hidrológico da bacia hidrográfica do rio Pardo, com base nas estimativas dos usos consuntivos da água e a influência da cobertura vegetal nas vazões mínimas, média e máxima do rio. Foram analisadas a distribuição espacial da precipitação média anual; da evapotranspiração de referência média anual; das vazões mínimas, médias de longa duração, máximas e associadas à permanência de 90%; das vazões específicas média de longa duração; e do coeficiente de deságue em 10 estações fluviométricas localizadas na bacia do rio Pardo. Para a estimativa das vazões de retirada e consumidas pela irrigação e pelos abastecimentos humano urbano, humano rural e animal, utilizou-se dados obtidos no IBGE e no boletim 24 da FAO, no caso de dados relacionados às culturas para o cálculo referente à irrigação. Para o estudo do uso e cobertura da terra ao longo da bacia, foram utilizadas seis imagens de satélite Landsat do ano de 2011, com resolução espacial de 30 metros, tendo sido tratadas através do software ArcGIS. A análise quantitativa dos dados foi realizada usando o procedimento estatístico de regressão linear simples, adotando como variável dependente as vazões e variáveis independentes a porcentagem de floresta na área de drenagem de cada estação fluviométrica e regressão linear múltipla; adotando como variável dependente as vazões máximas e variáveis independentes a área de drenagem e a área florestada de cada sub-bacia. Os resultados demonstraram que as precipitações médias anuais e as vazões específicas médias de longa duração se comportaram de forma semelhante, apresentando maiores valores mais próximo à foz, decrescendo na região central da bacia; as vazões máximas, mínimas e médias de longa duração aumentaram em direção à foz; em geral, o total consumido pelos quatro segmentos de usuário foi muito expressivo com relação à vazão média de longa duração, sendo a irrigação o segmento que mais consome água na bacia, variando entre 95,8 e 99,1% do total consumido; a vazão de retirada pela irrigação atingiu 87,2% da Q7,10 observada, 48,6% da Q7,10 natural e 92,6% da Q90 na estação Inhobim; as áreas ocupadas por pastagem representam a categoria de uso da terra predominante na bacia; e, de uma forma geral, a análise quantitativa conseguiu definir as relações entre a porcentagem de floresta e o comportamento hidrológico, sendo a porcentagem de floresta o que mais influencia nas vazões dos rios.