No dia 19 de outubro, a comunidade quilombola Lagoa de Melquíades e Amâncio abre espaço para dialogar sobre algo essencial para a saúde, a produção e a dignidade humana: a água que chega às nossas casas, corpos e roçados.
Localizado em Vitória da Conquista, na Bahia, o Quilombo é um símbolo de resistência e tradição. Sua origem remonta aos ex-escravizados Melquíades e Amâncio, que receberam as terras como doação de Joana, sua antiga senhora e mãe de criação no final do século XIX. Reconhecido oficialmente como comunidade remanescente de quilombo pela Fundação Cultural Palmares em 2006, seu legado é marcado pela luta pela preservação da cultura, da identidade e da agricultura familiar.
A comunidade mantém suas tradições ancestrais através de manifestações culturais como o reisado, a capoeira e o samba de roda. Além dos festejos, os saberes tradicionais são um pilar fundamental, com destaque para as práticas agroecológicas e o debate sobre as sementes crioulas para o fortalecimento da comunidade.
Apesar da rica história e da certificação, o quilombo ainda enfrenta desafios constantes. A comunidade se encontra atualmente rodeada por monocultivos de eucalipto e café, o que afeta diretamente a qualidade das águas que abastecem as casas e as lavouras, especialmente a lagoa que dá nome ao território.
A roda de conversa visa promover um debate sobre a qualidade das águas e trocar experiências e saberes para fortalecer a luta pelo direito à água limpa, segura e de qualidade.
