A Articulação da Bacia do Rio Pardo promoveu no dia 19 de fevereiro de 2021 o Seminário virtual que debateu sobre o “Projeto de Mineroduto (Grão Mogol/MG – Ilhéus/BA): impactos socioambientais na Bacia do Rio Pardo“.
Um seminário que procurou como objetivos conhecer, denunciar e alertar sobre a difícil missão que as comunidades vêm se passando na defesa de seus territórios e de duas águas que vem sendo “sequestradas” pela lógica capitalista. Pois, mais do que um simples território, é entender que ali existe vida e histórias. Vida essa que está ligada ao acesso a água, que é um bem comum, além dos modos de vida desses povos que compõem o seu dia a dia, suas identidades, culturas e tradições. A construção deste projeto de mineroduto irá comprometer diretamente esses povos, comunidades e a vida ao longo da Bacia da Rio Pardo. Então, é diante dessa realidade que o encontro buscou compreender e alertar das consequências, impactos ambientais e socioculturais caso este projeto venha ser implantado.
O Seminário foi também parte do processo de planejamento que a Articulação da Bacia do Rio Pardo está fazendo para a realização das ações e atividades futuras. Contudo, o seminário serve como subsídio para entender as realidades das comunidades ao entorno da Bacia do Rio Pardo e as consequências do projeto.
E para enriquecer o debate, os convidados para a mesa de falas foram pessoas que, além, de possuírem conhecimentos destas realidades, também lidam e lutam em seus territórios na busca da garantia e direitos de acesso à água que é bem comum. Foram eles, Adair Almeida, mais conhecido como Nenzão, que é Geraizeiro da região de Vale das Cancelas, Luzia Alane na Comissão Pastoral da Terra (CTP) do Norte de Minas, Felipe do Movimento Atingidos por Barragens (MAB) e Paulo Asafe que é Acessor de Direitos Humanos da FIAN Brasil.
Todas as falas dos convidados giraram em torno dos direitos da garantia do território e acesso à água para os povos e afirmaram os estragos que uma mineradora pode causar numa região. Assim disse o Nenzão, que carrega consigo sua identidade de Geraizeiro: “[…] no tem nossas raízes, nossa ancestralidade, nós não podemos abrir mão dele para mineração. Nele tem as histórias dos nossos povos, tem nosso modo de vida […]” Da mesma forma o outra participante, Luzia Alane, reforça e afirma a importância de lutar contra esse projeto, que para ela é chamado, “projeto de morte” pois esse já carrega um histórico de empreendimentos semelhantes em outras regiões que degradaram e tiraram vidas, além de violar todos direitos das comunidades tanto no modo de vida quanto ao acesso à água.
Diante deste contexto, a Articulação da Bacia do Rio Pardo, uma articulação formada por agricultores, comunidades, entidades, organizações, instituições segue em movimento lutando pela vida dos povos e do Rio Pardo.
RIO PARDO VIVO E CORRENTE!
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