Entre 18 e 19 de fevereiro, representantes dos núcleos de animação do alto, médio e baixo Rio Pardo se reuniram para refletir sobre a situação da bacia hidrográfica e avaliar as ações desenvolvidas pela articulação desde o último encontro em abril de 2019 na cidade de Canavieiras-BA.
Situada no alto da bacia a cidade mineira de Taiobeiras foi o município escolhido para o encontro realizado pelos membros da Articulação Bahia – Minas Gerais em defesa do Rio Pardo. A programação teve inicio com a acolhida na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Taiobeiras onde os vários representantes se apresentaram e os membros do STR relataram a situação do rio e seus afluentes no município.
Do alto Rio Pardo fizeram-se presentes representantes dos municípios: Montezuma, Itaiabira, Taiobeiras, Rio Pardo, além de uma representante do Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB. Do médio estavam ali representados os municípios de Cândido Sales e Ribeirão do Largo. O baixo Rio Pardo foi representado pelo município de Canavieiras e os membros da Associação Mãe do Extrativismo – AMEX.
Também estiveram presentes no encontro de Taiobeiras os parceiros: CEAS, CAA, HEKS, NIISA, a deputada estadual Leninha membra da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais e representantes do mandato parlamentar. O encontro que durou dois dias foi constituído de visitas de campo, debate e planejamento das ações futuras da articulação.
Diferentemente do que se imagina sobre a cabeceira do rio, os relatos dos representantes dos municípios da região e a constatação feita nas visitas de campo realizadas em Taiobeiras não são animadoras e, infelizmente, o Rio Pardo continua morrendo. As causas são as mesmas: uso irracional do recurso hídrico, desmatamento, morte de nascentes, assoreamento e impacto de obras urbanas sobre os afluentes.
A comitiva visitou o afluente do Rio Pardo conhecido como rio ribeirão juntamente com os membros do STR/Taiobeiras e se depararam uma situação bastante crítica, mesmo com as chuvas que aconteceram nos últimos dias o riacho encontra-se seco e a sua nascente principal está morta, segundo os moradores locais a água da chuva que antes chegava até o ribeirão foi desviada para ser utilizada na irrigação de café.
Os agricultores familiares que se valiam da água do afluente do Rio Pardo para o cultivo de hortaliças não produziram mais em decorrência da escassez e vários locais por onde a água passava com abundância, hoje em dia estão completamente secos. O cultivo de café irrigado com pivô central é apontado como a causa da morte do principal afluente em Taiobeiras.
No último dia do encontro avaliaram-se as ações planejadas para o alto, médio e baixo Rio Pardo e foram feitos encaminhamentos para as várias regiões, constatou-se a situação crítica da bacia hidrográfica em toda a sua extensão e a conclusão foi de que o rio continua morrendo e se nada for feito de imediato, num futuro próximo, o recurso hídrico deixará de existir nesta região do Brasil.