Evento e Programa de extensão da UESB buscam ampliar informação e capacitação sobre planta nativa do território
A Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) realizou em 08 de novembro o II Dia de Campo Sobre Umbu Gigante, planta nativa da região semiárida do Brasil que está presente em grande parte dos municípios da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo. O objetivo do encontro foi reunir pequenos produtores locais da região para ampliar a capacitação técnica e formação sobre o fruto, que se destaca por resistir às altas temperaturas e pela sua capacidade de armazenamento de água.
O encontro, que reuniu comunidades rurais de 15 municípios no campus de Vitória da Conquista da UESB, foi realizado pelo Programa de Extensão do curso de Agronomia da universidade, a Companhia de Ação e Desenvolvimento Regional – CAR e o Departamento de Ciências Exatas e Naturais (DCN) com o apoio do Centro Técnico de Educação Profissional – CETEP, Governo do estado da Bahia e Prefeituras Municipais. A Universidade Estadual da Bahia estuda a planta de umbu há décadas, e nos últimos 10 anos tem intensificado a pesquisa e extensão através do programa conduzido por professores, alunos e pesquisadores.
A programação foi coordenada pela professora Bárbara Fontes do Departamento de Ciências Naturais (DCN/UESB), e se distribuiu em quatro partes: Palestras (origem, produção e mercado); Clínica do Umbu (esclarecimento de dúvidas e questões); Dia de Campo (escolha e plantio da semente, enxertia e plantio da muda); e uma palestra de encerramento.
Entre as comunidades rurais que participaram do dia de campo na UESB estão Espírito Santo e Água Verde, do município de Cândido Sales, primeiro município baiano a receber as águas do Rio Pardo a partir da nascente. As agricultoras e agricultores familiares contaram com o apoio da equipe rural do Centro de Estudos e Ação Social – CEAS para participarem do encontro.
Um dos primeiros mitos que foram esclarecidos sobre o Umbu Gigante é que não se trata de planta transgênica, modificada geneticamente. O Umbu Gigante é uma planta nativa do semiárido, sendo a variedade com frutos grandes, acima de 70g, cerca de 4 a 5 vezes maior que o umbu convencional. Em todo semiárido brasileiro, o Umbu Gigante tem maior incidência nas regiões Sudoeste da Bahia e Norte de Minas Gerais.
Mercado e comercialização
As exposições e palestras do segundo dia de campo sobre Umbu Gigante da UESB indicam um mercado seguro aos frutos desta planta, atendendo praças em todo o Brasil, principalmente, no Nordeste brasileiro. Os principais produtores reconhecem a viabilidade e dizem que falta umbu diante da demanda atual.
É um investimento de longo prazo e a planta começa a produzir após 5 anos do plantio, ou seja, é excelente para integrar projetos agroflorestais e pode ser consorciado com outros cultivares, como palma e mandioca. Foram apresentados relatos de que o quilo do Umbu Gigante chegou a ser comercializado acima de R$ 100,00 em uma rede de supermercado no Sudeste. Atualmente, no entanto, o fruto do Umbu Gigante não chega às agroindústrias, pois é consumido in natura pela maior parte dos consumidores.
Histórico
O umbu é objeto de pesquisa nos últimos 30 anos, com destaque para as movimentações a partir da década de noventa. Na região Sudoeste da Bahia, a produção científica sobre a planta intensificou-se no início do século XXI. Em 2013, a UESB criou o Programa de Extensão sobre o Umbu Gigante no curso de agronomia e vem contribuindo para maior compreensão da planta frutífera através de estudos, teses e publicações diversas de professores, alunos e pesquisadores da universidade.
O Programa compreende que o cultivo do Umbu Gigante é essencial ao desenvolvimento da Agricultura Familiar da região devido a garantia de colheita, facilidade de plantio, resistência ao estresse hídrico e altas temperaturas, além de existir mercado para a comercialização do fruto e sua utilização como matéria prima na agroindústria em vários tipos de alimentos e bebidas.
A UESB tem sido uma grande precursora no incentivo para o cultivo do Umbu Gigante nos municípios do sudoeste baiano. O projeto, que atualmente atende 14 municípios, atua no fornecimento do material genético e na capacitação dos agricultores para o preparo de mudas e implantação de pomares produtivos. Dessa forma, a iniciativa busca incentivar a capacitação dos produtores e melhorar a qualidade de vida das comunidades.
Da Redação